quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Mary





Os vidros estilhaçados alcançaram a calçada escura seis andares abaixo ao mesmo tempo em que seus pés tocaram os paralelepípedos antes de rolar sobre o ombro e correr para longe do alcance das balas que arrancam fagulhas e lascas das pedras ao seu redor, apesar de estar confuso com as drogas com as quais lhe interrogaram, ainda arriscou olhar para cima a tempo de ver seu o vulto de seu algoz, uma mulher de preto com duas desert eagle nas mãos.



No sexto andar a mulher responsabilizava os que lhe faziam guarda.

- Como ele escapou?

- Não sei, foi muito rápido, se soltou das cordas, atingiu o Preto e saltou pela janela.

- Quem o amarrou?

- Bom, foi você...

- Hmm, estava bem amarrado então. Isto só prova que estamos atrás da pessoa certa, vamos embora.

Ainda confuso, o homem tentava organizar os pensamentos, não sabia do que se tratava, porque estava sendo interrogado, como saltara do sexto andar e estava vivo, como escapara, essas dúvidas lhe seriam respondidas mais breve do que imaginava. A sede o consumia, as artérias lhe queimavam, mas pareciam em outra pessoa, não sentia dor, estava calmo, muito calmo. A noite lhe acolhia como um filho, e lhe indicava o caminho, barulho, luzes, pessoas, muitas pessoas. Invadiu uma loja de conveniências em um posto de gasolina, olhavam para ele como se fosse um louco, isso o incomodava. Foi até a geladeira e pegou uma lata de coca-cola, vermelha, nunca tinha reparado como era vermelha aquela lata. Um homem colocou a mão nas suas costas e foi empurrado para longe. “Me deixa em paz, estou com sede!” abre a lata e sorve sofregamente o liquido ali dentro, estragada, gelada demais, fere sua garganta. Procura outra e outra e nada lhe satisfaz. Dois homens agora lhe seguram, “como são lentos e fracos”. O brilho de seus olhos se esvai completamente, se aquele homem tivesse olhado para eles, certamente não teria se aproximado.


 

As sirenes não tardam, assim como a polícia, os relatos são vagos, imprecisos.

 “Ele quebrou tudo e jogos as pessoas para longe”

“Estava drogado ou algo assim, revirou as geladeiras”.

“Quebrou o braço dele.”

“Mordeu o pobre homem e arrancou um pedaço de seu pescoço, parecia o Maiki Taison!”

“A pele branca, olhos vidrados, olhos de um morto!”

- Que você acha? – disse o jovem policial para seu parceiro, policial das antigas

- Acho que tem louco para tudo, em dois minutos alguém vai falar “vampiro”.

- Nós assumimos daqui – falou a mulher de preto mostrando um distintivo daqueles que todos respeitam. – Isolem a área.


4 comentários:

  1. WOWOWOW!!! Adorei!

    Grande trabalho (trabalhão!) de impacto visual e narrativo! Nada como um autor que combina talentos numa linguagem própria e original para contar uma história que promete cada vez mais... SHOW! :O)

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  2. Aguardando ansiosamente o Daniel! ;O)

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  3. iiiiiiiiiiirrrráá!
    seguuuuuuura o bicho! hehe
    muito tri!

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  4. Li tudo de novo... eu acho essa ruiva uma GRACINHA!!! Bem do tipo de mulher que eu gosto... :O)

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